Há uma letra de música que escrevi entre 1994 a 1998, não sei precisamente quando, mas reputo no mesmo espírito do Poema 20 do Tao Te Ching – O livro do sentido da vida, de Lao-Tsé; livro este que muito me identifico na atualidade, e que reputo como uma das mais importantes leituras que eu já fiz.
POEMA 20
“Renunciai à vossa pretensa cultura, e todos os problemas se resolvem.
Oh! Quão pequena parece a diferença entre o sim e o não!
Quão exíguo o critério entre o bem e o mal!
Como é tolo não respeitar o que merece ser respeitado de todos!
Ó solidão que me envolve todo!
Todo mundo vive em prazeres como se a vida fosse uma festa sem fim,
Como se todos sorrissem em perene primavera!
Somente eu estou só...
Somente eu não sei o que farei...
Sou como uma criança que desconhece o sorriso.
Sou como um foragido, sem pátria sem lar...
Todos vivem em abundância, somente eu não tenho nada...
Sou um ingênuo, um tolo...
É mesmo para desesperar...
Alegres e sorridentes andam os outros!
Deprimido e acabrunhado ando eu...
Circunspectos são eles, cheios de iniciativa!
Em mim, tudo jaz morto.
Inquieto, como as ondas do mar,
Assim ando eu pelo mundo...
A vida me lança de cá para lá, como se eu fosse uma folha seca...
A vida dos outros tem um sentido, eu não tenho uma razão de ser...
Somente a minha vida perece vazia e inútil;
Somente eu sou diferente de todos os outros –(...)
E no entanto – sossega meu coração!
Tu vive no sei da mãe do Universo.
(Tse, Lao. Tao Te Ching – O LIVRO QUE REVELA DEUS; Tradução Humberto Rohden, Martin Claret, São Paulo, 2006 pg. 63/64,)
PESSOA ESTRANHA
As vezes vejo dentro de mim uma pessoa estranha, que vive isolado e ninguém acompanha os seus pensamentos pra compartilhar.
É como se essa pessoa fosse diferente, estivesse com algo sempre descontente, sempre algo faltando pra se completar.
Parece até que é prazer viver de lamento, ficando parado olhando pro tempo, pensando o que foi que veio a faltar.
È como o trabalhador que trabalhar intenta, mas não tem em mãos toda ferramenta que é necessária para trabalhar.
Eu paro sempre que eu posso para olhar as vida, vejo bem melhor e bem mais sofrida, sou um mediano ora a reclamar.
Só que esses bem melhores e mais sofridos, cada um ao seu modo tem os seus amigos, que podem com eles se relacionar.
O que será que tem comigo que eu tanto penso? Pra que sou sensato se esse meu bom senso, impede de o mundo eu aproveitar?
Mas se só pode ser feliz na mediocridade, prefiro ficar com a minha verdade, pois na mediocridade não vou me alegrar.
José Ribamar Lopes (Campina Grande 1994/1998)
POEMA 20
“Renunciai à vossa pretensa cultura, e todos os problemas se resolvem.
Oh! Quão pequena parece a diferença entre o sim e o não!
Quão exíguo o critério entre o bem e o mal!
Como é tolo não respeitar o que merece ser respeitado de todos!
Ó solidão que me envolve todo!
Todo mundo vive em prazeres como se a vida fosse uma festa sem fim,
Como se todos sorrissem em perene primavera!
Somente eu estou só...
Somente eu não sei o que farei...
Sou como uma criança que desconhece o sorriso.
Sou como um foragido, sem pátria sem lar...
Todos vivem em abundância, somente eu não tenho nada...
Sou um ingênuo, um tolo...
É mesmo para desesperar...
Alegres e sorridentes andam os outros!
Deprimido e acabrunhado ando eu...
Circunspectos são eles, cheios de iniciativa!
Em mim, tudo jaz morto.
Inquieto, como as ondas do mar,
Assim ando eu pelo mundo...
A vida me lança de cá para lá, como se eu fosse uma folha seca...
A vida dos outros tem um sentido, eu não tenho uma razão de ser...
Somente a minha vida perece vazia e inútil;
Somente eu sou diferente de todos os outros –(...)
E no entanto – sossega meu coração!
Tu vive no sei da mãe do Universo.
(Tse, Lao. Tao Te Ching – O LIVRO QUE REVELA DEUS; Tradução Humberto Rohden, Martin Claret, São Paulo, 2006 pg. 63/64,)
PESSOA ESTRANHA
As vezes vejo dentro de mim uma pessoa estranha, que vive isolado e ninguém acompanha os seus pensamentos pra compartilhar.
É como se essa pessoa fosse diferente, estivesse com algo sempre descontente, sempre algo faltando pra se completar.
Parece até que é prazer viver de lamento, ficando parado olhando pro tempo, pensando o que foi que veio a faltar.
È como o trabalhador que trabalhar intenta, mas não tem em mãos toda ferramenta que é necessária para trabalhar.
Eu paro sempre que eu posso para olhar as vida, vejo bem melhor e bem mais sofrida, sou um mediano ora a reclamar.
Só que esses bem melhores e mais sofridos, cada um ao seu modo tem os seus amigos, que podem com eles se relacionar.
O que será que tem comigo que eu tanto penso? Pra que sou sensato se esse meu bom senso, impede de o mundo eu aproveitar?
Mas se só pode ser feliz na mediocridade, prefiro ficar com a minha verdade, pois na mediocridade não vou me alegrar.
José Ribamar Lopes (Campina Grande 1994/1998)
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