domingo, 21 de novembro de 2010

O IMBECILÔMETRO


Observando a forma como as pessoas se comportam no trânsito, lembrei-me do episódio do desenho do Pateta motorista, que tratava das mudanças quando, pedestre ou ao volante de um veículo. Passei a considerar a situação e ponderei nos seguintes termos:
Para se testar a capacidade de imbecilidade de uma pessoa suficiente dar-lhe um carro para dirigir, que se verá, em muitos casos, uma impensável transformação. Alguém que até pouco um cidadão educado, respeitador de filas e dos seus semelhantes, passar, no trânsito a furar filas, xingar os semelhantes e proferir impropérios. Indaguei-me então, se o trânsito transforma. Concluiu, que ele não transforma, mas desmascara e libera a personalidade de cada um...revela, em alguns casos, a forma de muitos ver o outro simplesmente como obstáculo, a atrapalhar os interesses do indivíduo, e portanto, não merecedor de qualquer deferência.
A vista disso pergunto: O que custa dar a passagem a alguém? Quanto agravaria um eventual atraso? Um minuto? Cinco minutos? O que se faria nesses cinco minutos perdidos?
Não obteríamos mais benefícios utilizando-se da cordialidade? Pois além de respeitarmos o outro, nos pouparíamos de nos afobarmos em vão, mantendo a tranquilidade para chegarmos no nosso destino, sem stress inútil e sem riscos vãos, e mais, sem  mostramos aos outros ou a nós mesmos o quantos somos imbecis?
Da próxima vez, melhor ter-mos mais atenção ao utilizar o nosso veículo, que é na verdade, um verdadeiro imbecilômetro.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Especialista em Aikidô ajuda Dilma a se preparar para duelos televisivos


 









Por Ivan Iunes, postado  originalmente em Correio Braziliense


Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) guarda um período crucial nas eleições de 2006, ele seria composto pelos 10 dias que separaram os dois primeiros debates no segundo turno da disputa contra Geraldo Alckmin (PSDB). No embate inicial, um Lula irritado, pressionado por perguntas sobre o escândalo do mensalão, viu o oponente sair vencedor da disputa, quadro que se modificou drasticamente no debate seguinte. O espaço entre um encontro e outro foi preenchido com treinamentos intensivos feitos pela jornalista Olga Curado, a mesma profissional que tenta, agora, ensinar o pulo do gato nos debates a Dilma Rousseff (PT).




A poucos dias de enfrentar o primeiro debate em rede nacional, marcado para quinta-feira, Dilma aumentou a frequência de treinos — hoje e amanhã estará em concentração total. Com um tatame instalado no centro nervoso da campanha petista, no escritório do Lago Sul, a jornalista tem aplicado na presidenciável uma técnica elaborada a partir de estudos do psicólogo norte-americano Paul Ekman sobre emoções e expressões faciais. Alia a isso uma adaptação ao jogo político de conceitos da arte marcial japonesa Aikidô — Ai que significa união e harmonia; Ki, espírito, energia vital; e Dô, caminho filosófico.

Pelo menos duas vezes por semana, a agenda da presidenciável tem encontros com Olga. O contato ficou mais estreito durante o combate da petista a um câncer no sistema linfático no ano passado. Pontos como medir as falas e expressões corporais e manter a tranquilidade em situações adversas têm sido abordados à exaustão. A mensagem da maioria dessas reuniões é de que a presidenciável deve reverter a energia do oponente em seu favor, evitando conflitos desnecessários e focando os combates essenciais.

Limites
Entre as dinâmicas mais conhecidas aplicadas por Olga está a de pedir ao cliente que tente desferir-lhe um golpe. A tentativa usualmente resulta em resposta rápida, em que ela acaba por frustrar a agressão e, ao mesmo tempo, imobilizar o cliente. O ensinamento, no caso descrito, é de que, mais do que atacar, é preciso saber como fazê-lo. Mover-se de forma natural, delimitar o espaço e impor limites ao adversário também fazem parte do pacote.

Budista e vegetariana há mais de uma década, a jornalista também costuma apresentar vídeos para ilustrar situações. Estão na mesa de cabeceira dela O júri, de Gary Fleder, a série Lie to me (Minta para mim) e trechos de Guerra nas estrelas, de George Lucas. Nos últimos anos, já passaram pelo tatame dela vários nomes da política nacional, como o ex-governador do Maranhão Jackson Lago e os ex-ministros da Justiça Márcio Thomaz Bastos, e da Secretaria de Comunicação da Presidência, Luiz Gushiken.