quarta-feira, 20 de maio de 2009

O Ego e o Aikido






Não cabe manifestação de ego no Aikido. É seu pré-requisito a intenção de desprendimento ao sentimento egóico.

Aikido é, acima de tudo, arte de iluminação, e a iluminação nunca se dá em benefício de um único ser. Lembremo-nos que O Sensei era extremamente religioso, e este sentimento foi fundamental na formação do Aikido.

Não há harmonia com a natureza, preso a uma vontade individual. A natureza não tem vontade...ela é. Assim devemos ser no Aikido, livres e flúidos. Se há vontade não há fluidez, não há harmonia, não há Aikido, que é o caminho da harmonia pela energia vital.

Levados por sentimentos adquiridos nas atividades esportivas, bem como no nosso meio social competitivo, preocupamo-nos em demonstrar destreza, conquistar graduações, obter destaque... Trabalha contra nossa prática a comparação com os outros, o objetivo de sermos os melhores. A busca da superação deve ser sobre nós mesmos. A melhora obtém-se no aperfeiçoamento, que requer desprendimento e entrega à prática. Portanto, não há entrega se há apego, que são opostos entre si.

No Aikido há reverências, submissões a regras e posturas, a conduções; há humildade.
Se nossa preocupação ainda é com a obtenção da graduação, a exibição da já conquistada, o aprendizado de uma técnica que nos faça bom em luta, talvez devamos tornar a buscar informações sobre a história do fundador, que migrou seus estudos da marcialidade para a espiritualidade, do Jutsu para o Do. Assim procedendo, talvez compreendamos o significado da arte por você escolhida, e sejamos praticantes mais tranquilos e felizes, entregue as rotações naturais.

Nesse sentido, a lição do fundador:

"A Arte da Paz é o remédio para o mundo doente. Há maldade e desordem no mundo porque as pessoas se esqueceram que todas as coisas vieram de uma única força. Voltemos para essa fonte, deixando para trás todo pensamento egoísta, desejos mesquinhos e raiva. Aqueles que não possuem nada possuem tudo".

"Se você não tem nada que o ligue ao verdadeiro desprendimento. Você nunca entenderá A Arte da Paz".

Foto: Michel Seikan (pensandozen.blogspot.com)